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sexta-feira, 31 de julho de 2015

INTERNAÇÕES POR ACIDENTES DE MOTO MAIS QUE DOBRAM NOS ULTIMOS 5 ANOS

A proposta levada aos governadores, em reunião no Palácio da Alvorada, envolve sete ministérios e tem como um dos principais eixos a prevenção de mortes e sequelas causadas por motocicletas 
O governo federal apresentou durante reunião com governadores nesta quinta-feira (30/7), em Brasília, uma proposta de plano de ação nacional para o enfrentamento das mortes em decorrência da violência no trânsito. O encontro, promovido pela Presidência da República, reforçou a importância de aumentar a segurança nas vias e rodovias e, consequentemente, reduzir mortes e sequelas de acidentes de trânsito, principalmente com motociclistas. Em 2013, 51,8% de todas as internações por acidentes de transporte em hospitais estavam relacionadas a motocicletas.
O plano Segurança no Trânsito em Defesa da Vida envolvesete ministérios e está dividido em dez eixos. O eixo Gestão prevê a articulação integrada entre as três esferas de governo. Sobre Informação, a proposta é promover a integração das informações de trânsito dos vários órgãos responsáveis. As medidas abrangem, ainda, projetos de lei como o que permitiria a aquisição de motos somente por condutores habilitados. Já no eixo Educação, o objetivo é ampliar a capacitação dos agentes de trânsito.
“Nas urgências, nos hospitais de traumas e nas unidades de reabilitação estamos acompanhando uma crescente demanda de pacientes vítimas de acidentes de motos. Precisamos de uma ação nacional, envolvendo diversos setores da sociedade e do poder público, para barrar essa epidemia de mortes e traumas”, afirmou Chioro. Segundo o Sistema de Informação Hospitalar, foram registradas, em 2013, mais de 169,7 mil internações por conta de acidentes no trânsito, sendo as motos responsáveis por 88 mil delas – um crescimento de 114% em cinco anos.
O plano está sendo elaborado conjuntamente pelos ministérios da Saúde, Cidades, Justiça, Trabalho e Emprego, Previdência, Educação e Transportes – coordenados pela Casa Civil. A proposta foi apresentada aos governadores com o objetivo de destacar a necessidade da participação dos estados na coordenação de ações e mobilização intersetorial e da sociedade para reduzir a violência no trânsito.
“No eixo Fiscalização, a ideia é intensificar as ações, priorizando aspectos como a mistura álcool/direção, excesso de velocidade, uso dos equipamentos obrigatórios de segurança, habilitação válida e condição segura do veículo”, explicou o ministro.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, 24% dos motoristas do Brasil dizem associar ou já ter associado álcool e direção. Ainda segundo a PNS, metade da população (49,8%) admite nem sempre usar o cinto de segurança no banco de trás dos veículos. Nas áreas rurais do país, 41% afirmam que nem sempre usam capacete quando estão na garupa das motos.
As medidas devem abordar, ainda, Comunicação, Participação social, Infraestrutura, Novas Tecnologias e Atenção às Vítimas. “Para a Atenção às Vítimas, daremos destaque a importância do SAMU e das UPAs, para garantir o resgate de urgência e o serviço de atendimento às vítimas de trânsito”, ressaltou Chioro.
Os gastos do SUS com acidentes de motos foram de R$ 112,9 milhões - uma fatia de mais de 49% do total investido para tratar sequelas de acidentes de trânsito. De acordo com os dados mais recentes do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, 42,2 mil pessoas morreram no Brasil por conta de acidentes de trânsito em 2013, sendo 12.040 envolvendo motocicletas.
Conferência Global – A segurança no trânsito será debatida este ano em Brasília por 1,5 mil participantes de cerca de 150 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) na “2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados”. O evento, marcado para os dias 18 e 19 de novembro, terá entre seus objetivos avaliar o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões ocorridas no trânsito em todo o mundo em meio à Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020.
O Brasil, que se voluntariou para sediar o evento, é um dos Amigos da Década - um grupo informal comprometido com o sucesso do plano global cuja meta é salvar cinco milhões de vidas no planeta até 2020 por meio da adoção, pelos países comprometidos, de políticas, programas, ações e legislações que aumentem a segurança nas vias especialmente para pedestres, ciclistas e motociclistas - que correspondem à metade das estatísticas de mortes no trânsito, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Também integram o grupo a Federação Russa, Estados Unidos, Espanha, França, Austrália, Argentina, Costa Rica, Índia, México, Marrocos, Nigéria, Omã, Filipinas, África do Sul, Suécia, Tailândia, Turquia, Uruguai, Organização Mundial de Saúde, Banco Mundial, Comissão Econômica para a Europa, Comissão Global pela Segurança no Trânsito (vinculada à Federação Internacional de Automobilismo) e Parceria Global pela Segurança no Trânsito (Vinculada à Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho).

Por Ludmilla Duarte, da Agência Saúde - Fonte: portalsaude.saude.gov.br

quarta-feira, 29 de julho de 2015

NOVOS MEDICAMENTOS PARA HEPATITE C CHEGAM AO SUS

No primeiro ano de incorporação ao SUS, 30 mil pessoas serão beneficiadas. O novo tratamento garante mais qualidade de vida e conforto ao paciente
Uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. Composto pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, o novo tratamento vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante solenidade que marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, celebrado amanhã (28), em Brasília.
Na cerimônia, foi apresentada a nova campanha publicitária de prevenção às Hepatites Virais 2015 e o novo boletim epidemiológico da doença. Também foi lançado o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. “Estamos incorporando no SUS o que tem de mais moderno no tratamento para a hepatite C. Com isso, o Brasil assume a vanguarda na oferta desta terapia, como já fizemos com a aids, com a oferta de antirretrovirais, afirmou Arthur Chioro durante a solenidade.
O ministro ressaltou que o Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento ofertar, de forma pública e sustentável, este tipo de tratamento. “Isso se deu graças aos esforços de negociação que possibilitaram descontos de até 90% no mercado internacional”, frisou Chioro.
INDICAÇÃO DO TRATAMENTO - As novas medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante e pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se curaram com tratamento anterior. A meta é ampliar a assistência às hepatites virais, minimizando as restrições impostas pelo tratamento anterior. A nova terapia garante ao paciente mais conforto e qualidade.
Pacientes que venham a solicitar, ou que já estejam em tratamento com Boceprevir e Telaprevir, não serão prejudicados, uma vez que o fornecimento desta medicação será assegurado até o final do tratamento. O documento também padroniza uma rotina de exames e de consultas médicas, permitindo maior conhecimento por parte dos profissionais de saúde, do agravo e da assistência necessária aos pacientes.
O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destacou que a grande vantagem do novo protocolo é a ampliação do acesso do ao tratamento de hepatite C crônica. “O protocolo prevê que os novos medicamentos sejam disponibilizados aos pacientes com co-infecção HIV/Hepatite C, aos pós-transplantados de fígados e outros órgãos e outras indicações específicas. Isso irá possibilitar que possamos dobrar o número de pacientes atualmente em tratamento”, ressaltou o diretor.
Para a compra dos medicamentos, apenas neste ano, a previsão é de que sejam investidos até R$ 500 milhões. O Ministério da Saúde conseguiu negociar os preços dos medicamentos com as indústrias farmacêuticas, com descontos de mais de 90% em relação aos preços de mercado. Além do novo tratamento, o Protocolo apresenta também as novas diretrizes para o monitoramento da hepatite C. O Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a incorporar esse novo tratamento.
CAMPANHA - Focada no incentivo ao diagnóstico e ao tratamento, a campanha traz mensagens  com alertas a população. Uma delas, direcionada à população a partir dos 40 anos, incentiva a testagem: “Se você fez cirurgia antes de 1993, precisa fazer o teste para hepatite C. O teste é o primeiro passo para a cura”.
Nesse público entram pessoas que sofreram acidentes nessa época (antes de 1993) e precisaram de transplantes, transfusão de sangue ou que se expuseram a algum tipo de contato com sangue (por meio de compartilhamento de seringas, objetos cortantes). Os personagens do filme para TV são pessoas reais que passaram por cirurgias, transfusões ou transplantes antes de 1993. A campanha conta ainda com material jingle rádio, cartazes, folhetos, mobiliário urbano e ação de internet.
Outro foco da campanha é a hepatite tipo B, com jovens adultos como público-alvo.  O slogan “Vacina de três doses Hepatites B. Eu me amo, eu me previno, eu tomo a vacina”, acompanha as seguintes peças: filme para internet, estratégia rede social, outdoor nas cidades de Recife, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Ceilândia (DF) e Mauá (SP), além de exibição de filme em TV internas de  universidades.
Hepatite C – O SUS garante o acesso aos medicamentos de combate à doença para todos os pacientes diagnosticados e com indicação de tratamento medicamentoso. Vale ressaltar, que nem todas as pessoas que contraíram o vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida por protocolo e avaliação médica.
Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente são 10 mil casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja a responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil mortes por associadas à hepatite C. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra 8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.
Desde 2011, o país também distribui testes rápidos para a hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos 15 mil testes, já em 2014 o número saltou para 1,4 milhão de testes. Este ano, está prevista uma compra de 8,6 milhões de testes a serem distribuídos nos próximos anos.
Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C, como a hepatite B, também é uma doença de poucos sintomas. Outras formas de transmissão são o compartilhamento de objetos de uso pessoal e para uso de drogas. A transmissão sexual ainda é um tema muito debatido por pesquisadores de todo o mundo, estando presente nas populações de jovens; homens que fazem sexo com outros homens, trans e travestis.
Hepatite B - Um terço da população mundial – aproximadamente dois bilhões de pessoas – já foi exposta à hepatite B. No Brasil, estima-se que cerca de 14 milhões de pessoas (aproximadamente 7,4% da população) podem ter sido expostos à doença. No entanto, apenas 1% não se curaram espontaneamente, apresentando infecção crônica. Trata-se de uma doença de poucos sintomas, e que pode passar despercebida.
A hepatite B apresenta cerca de 17 mil casos confirmados a cada ano no Brasil. Em 2000, foram notificados 1.169 casos, já no ano de 2013 e 2014 foram notificados 17.814 e 17.940 casos respectivamente, indicando uma estabilidade nos últimos anos. Nesses registros estão contempladas desde infecções recentes até infecções antigas, mas que somente foram diagnosticadas naquele ano.
Os dados mostram ainda uma expressiva queda nos casos de hepatite B em menores de 15 anos de idade dentre todos os casos notificados. Nesta faixa etária, constatou-se uma redução de 46,2% nos casos de hepatite B. Em 2005, eram 594 casos e já em 2014 o número é de 320.
A vacinação contra a hepatite B nas faixas etárias abaixo de 15 anos, que foi implementada pelo Ministério da Saúde desde 1996, tem uma cobertura nacional acima de 97%, sendo uma das razões para os índices menores de infecção nessas faixas etárias.
A partir dos 15 anos de idade há crescimento dos índices da doença em todas as regiões do país. Para reverter essa situação, a campanha lançada nesta segunda-feira (27) é focada neste público de adolescentes e adultos jovens para alertar sobre a importância da vacinação. A vacina está disponível em unidades de saúde para a população até 49 anos de idade ou casos pessoas que apresentarem um fator de risco para exposição à doença.
A hepatite B é uma doença transmitida pelo contato com sangue contaminado, podendo também ser adquirida em relações sexuais sem proteção. Apesar da possibilidade cura espontânea, é uma doença de maior transmissibilidade que o HIV, resultando em crônica em cerca de 20% dos casos. Nos casos mais graves, pode levar à cirrose hepática e câncer de fígado.
HEPATITE A - Desde 2005, a doença vem apresentando redução progressiva de 69,7% no número de casos. Em 2005, eram 21.554 casos e, em 2014, os dados preliminares apontam 6.520 novos casos.
O novo boletim também demonstra que, além a queda no número de casos nos últimos anos, a hepatite A permanece concentrada em faixas etárias mais jovens. As crianças entre 5 e 6 anos de idade são as mais afetadas. Na faixa etária de menores de 5 anos, são 878 casos, na de 5 a 9 anos são 1.796 casos, totalizando 41% do total de casos.
VACINA - Desde o ano passado, a vacina para hepatite A é ofertada para crianças entre 1 a 2 anos de idade incompletos. Esta estratégia tem como objetivo proteger essas crianças antes de atingirem a idade em que a doença é mais comum. A hepatite A é uma doença caracterizada, muitas vezes, por diarreia e icterícia (cor amarela de pele, olhos e mucosas). Entretanto, a doença é frequentemente assintomática e de elevada transmissibilidade. É transmitida por alimentos, água e objetos contaminados e, até mesmo, por contato pessoal, se não houver higiene adequada.

Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde - Fonte: portalsaude.saude.gov.br

sexta-feira, 24 de julho de 2015

MINISTÉRIO DA SAÚDE DESTINA R$ 3,1 MILHÕES PARA O ES

Estratégia prevê investimento em cirurgias prioritárias com o objetivo de reduzir o tempo de espera
Para tornar mais eficiente o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuir para o crescimento do número de cirurgias eletivas realizadas no Brasil, o Ministério da Saúde liberou, nesta quinta-feira (23), R$ 3,1 milhões para o Estado do Espírito Santo. A Portaria 1.034/2015, que destina esses recursos, também redefine a estratégia para ampliação do acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos de média complexidade, como cirurgias de varizes, ortopédicas, de urologia e otorrinolaringologia, incluindo retirada de amígdalas.
Os recursos fazem parte de uma estratégia do Ministério da Saúde para garantir o acesso da população aos procedimentos disponibilizados no SUS. A Portaria prevê o fim do repasse por componentes. Pelas regras anteriores, o gestor local só poderia receber novos recursos para cirurgias eletivas se tivesse gastado todo o montante passado para cada um deles. Ou seja, se usasse todo o dinheiro do componente II (Especialidades e Procedimentos Prioritários), não poderia receber mais incentivos financeiros sem que utilizasse o valor dos componentes I (Cirurgias de Catarata) e III (Procedimentos Cirúrgicos Eletivos de média complexidade, considerados relevantes para ampliação do acesso no contexto loco-regional).
Agora, além de agilizar o processo, a nova portaria permitirá aos gestores locais remunerar de forma diferenciada os seus prestadores para estimular a realização de cirurgias eletivas. A medida possibilita a ampliação da oferta de procedimentos reduzindo as filas de espera e beneficiado um número muito maior de pessoas de maneira permanente.
Os valores disponibilizados foram definidos com base em estudo comparativo da frequência de cirurgias eletivas feitas em anos anteriores pelos estados, Distrito Federal e municípios. A transferência dos recursos se dará após a realização dos procedimentos cirúrgicos nos hospitais.
Além do repasse previsto na portaria 1.034/2015, os gestores locais contam com o limite financeiro de média e alta complexidade (Teto MAC), dinheiro enviado mensalmente pelo Ministério da Saúde aos estados e municípios que pode ser usado para cirurgias eletivas. Existe ainda a possibilidade de os governos estaduais e municipais usarem recursos próprios para essa finalidade.
AUMENTO – No início deste mês, o Ministério da Saúde liberou outros R$ 143,3 milhões para custear as cirurgias eletivas em dez estados, que realizaram uma alta quantidade de procedimentos até fevereiro deste ano. O objetivo da pasta, que destinou na ocasião um recurso extra, – além do que já havia sido repassado anteriormente – é possibilitar que os estados e municípios continuem a aumentar a realização desses procedimentos.
O número de cirurgias eletivas no Brasil cresceu 11,7% em dois anos, passando de 2.120.580 em 2012 para 2.370.039 em 2014. No mesmo período, o investimento do Ministério da Saúde saltou de R$ 1,04 bilhão para R$ 1,33 bilhão (crescimento de 27,2%).

Texto: Luís Felipe Sardenberg, da Agência Saúde - Fonte: portalsaude.saude.gov.br

quinta-feira, 23 de julho de 2015

ANTIRETROVIRAIS A TODOS COM HIV - SEGUNDO OMS

O Brasil já trata todas as pessoas diagnosticadas desde dezembro de 2013. OMS elogia o país por seu pioneirismo
Novo protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai recomendar o tratamento com antirretrovirais para todas as pessoas com HIV no mundo, assim que forem diagnosticadas, independentemente da carga viral.  A medida já é praticada desde dezembro de 2013 pelo Brasil, quando foi lançado o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para adultos. O protocolo adotou o “Testar e Tratar” como política de tratamento. O anúncio foi neste domingo (19), em Vancouver, Canadá, durante Congresso Internacional de Aids (IAS)
No anúncio, a OMS menciona o exemplo do Brasil, enfatizando que a adoção do novo protocolo melhorou a saúde das pessoas vivendo com HIV. O acesso precoce ao tratamento não só melhora a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e aids, mas também reduz a transmissão do vírus.
Para o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, que participa do evento,  a evidência mostra “que essa é, realmente, a direção que deve ser tomada por todo o mundo”.
O secretário-executivo da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), Luiz Loures, destacou a importância da iniciativa da OMS, lembrando que a organização lidera globalmente a resposta à aids no setor de saúde com decisões baseadas em evidência científica.
O novo protocolo da OMS prevê, ainda, que a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) seja recomendada como uma opção de terapia adicional para todas as pessoas que integrem populações com risco substancial de serem infectadas pelo HIV (prevalência superior a 3%).
TESTAGEM - Na mesma sessão em que antecipou alguns pontos do protocolo de HIV, a OMS lançou seu novo guia sobre testagem de HIV. O novo guia estimula a capacitação de membros da comunidade para que possam aplicar o teste de aids e a testagem em organizações comunitárias que tenham acesso mais amplo às populações vulneráveis ao HIV. O Brasil adota as duas medidas no projeto Viva Melhor Sabendo.
Durante a sua participação no evento, Fábio Mesquita, apresentou, como experiência, o trabalho colaborativo entre o Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, o USCDC, o Unaids, o Grupo Dignidade e outros parceiros no projeto piloto "A Hora é Agora". O projeto promove o  autoteste, focado na população jovem de homens que fazem sexo com homens, na cidade de Curitiba/PR.
O congresso é um dos maiores fóruns científicos no campo de HIV e aids de todo o mundo, e acontece no Canadá até 22 de julho.

Via Acessoria de Comunicação - Departamento de DST's. Fonte: portalsaude.saude.gov.br

sexta-feira, 10 de julho de 2015

NOVAS REGRAS SOBRE O PARTO

Resolução Normativa da ANS determina divulgação de taxas de cesáreas e disponibilização de informações às gestantes
Começam a valer a partir desta segunda-feira (6/7) as novas regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para estimular o parto normal e reduzir as cesarianas desnecessárias. Com a entrada em vigor da Resolução Normativa nº 368, as operadoras de planos de saúde, sempre que solicitadas, deverão divulgar os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. Também serão obrigadas a fornecer o Cartão da Gestante e a Carta de Informação à Gestante, no qual deverá constar o registro de todo o pré-natal, e exigir que os obstetras utilizem o Partograma, documento gráfico onde é registrado tudo o que acontece durante o trabalho de parto.
“O parto é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher e de sua família e nós acreditamos que, ao fornecer informações qualificadas à mulher, ao informá-la sobre os riscos que podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico desnecessário, ela estará mais segura na decisão em relação ao seu parto, escolhendo o melhor para sua saúde e a de seu bebê”, afirma o diretor-presidente da ANS, José Carlos de Souza Abrahão. “Essa medida é parte de uma estratégia maior da ANS, que busca incentivar o setor – beneficiárias de planos de saúde, operadoras, hospitais e médicos - a mudar o modelo de assistência ao parto e nascimento, promovendo uma crescente melhoria nos cuidados à gestante e à criança”, completa.
O Partograma passa a ser considerado parte integrante do processo para pagamento do procedimento. Nos casos em que houver justificativa clínica para a não utilização do documento, deverá ser apresentado um relatório médico detalhado. Se a cirurgia for eletiva, o relatório médico deverá vir acompanhado do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela beneficiária, que substituirá o Partograma no processo de pagamento do procedimento.
Com o Cartão da Gestante, qualquer profissional de saúde terá conhecimento de como se deu a gestação, facilitando um melhor atendimento à mulher quando ela entrar em trabalho de parto. A Carta de Informação à Gestante contém orientações e informações para ela tenha subsídios para tomar decisões e vivenciar com tranquilidade o parto. E o Partograma é importante para casos em que, por exemplo, haja troca de médicos durante o trabalho de parto. Nele devem constar informações como se a mulher é diabética, tem hipertensão, que remédios está tomando, como estão as contrações, se há sofrimento fetal, se o parto não progride, entre outras.
As informações sobre as taxas de partos devem estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação. As operadoras que deixarem de prestar as informações solicitadas em cumprimento à Resolução Normativa pagarão multa de R$ 25 mil.
“Para ter acesso aos números de partos normais e de cesáreas, a beneficiária deverá solicitar à operadora, através dos canais de comunicação disponibilizados - telefone, e-mail, correspondência ou presencialmente. Os dados devem ser fornecidos por escrito e em linguagem clara”, explica Raquel Lisbôa, gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS. 
Campanha Parto é Normal – Para oferecer às beneficiárias de planos de saúde um conjunto completo de informações sobre as novas regras e envolver todo o setor nas ações de incentivo ao parto normal, a ANS também está lançando a campanha “Parto é Normal”. Todas as informações relativas à nova normativa e demais ações implementadas pela Agência, bem como dados importantes que possibilitem à gestante tomar a decisão mais adequada sobre o parto estão sendo disponibilizadas no portal da ANS, em uma área específica dedicada ao tema. Há ainda duas peças gráficas – um folder e um cartaz – que podem ser baixadas do portal, para que operadoras, prestadores e demais interessados em participar das ações ajudem a divulgar a campanha. Acesse aqui a página.
Desde 2004 a ANS vem trabalhando para promover o parto normal e reduzir o número de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar. Entre as ações, se destacam a inclusão, no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, de cobertura obrigatória para parto acompanhado por enfermeira obstétrica e acompanhante (sem custos adicionais) durante pré-parto, parto e pós-parto imediato; e o Projeto Parto Adequado, que visa mudar o modelo de atenção ao parto, baseado nas melhores evidências científicas disponíveis. O projeto é desenvolvido em parceria com o hospital Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com apoio do Ministério da Saúde.
Riscos associados à cesariana - Atualmente, o percentual de partos cesáreos na saúde suplementar é de 84,6%. A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: o parto prematuro aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados a prematuridade.

Fonte: portalsaude.saude.gov.br

sexta-feira, 26 de junho de 2015

NOVO PROTOCOLO AIDS/HIV

Em um ano, foi registrado aumento de 30% no número de pessoas que iniciaram o tratamento com antirretrovirais no Brasil. O crescimento foi observado após a implantação do Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, lançado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2013. No período de um ano, o número de novos pacientes com acesso aos antirretrovirais passou de 57 mil para 74 mil. Atualmente, cerca de 404 mil pessoas usam estes  medicamentos, ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  
Os dados com o balanço do novo protocolo foram apresentados nesta quarta-feira (24) pela ministra interina da Saúde, Ana Paula Soter, junto com as campanhas das grandes festas populares que acontecem no segundo semestre do ano. Além das festas juninas, também serão realizadas campanhas em outras festas como a do peão de Barretos/SP e a Oktoberfest. A iniciativaé uma continuidade das ações de prevenção lançadas no 1º de dezembro do ano passado e que prosseguiram no carnaval deste ano.
Apenas nos primeiros três meses de 2015, o Ministério da Saúde também registrou um crescimento de 46% no número de pessoas em tratamento com CD4 superior a 500 células por mm3 – que na recomendação anterior não tinham indicação de tratamento. A contagem de linfócitos T CD4+ é um dos indicadores que auxiliam na avaliação do estado imunológico do indivíduo. O acesso precoce ao tratamento não só melhora a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e aids, mas também reduz a transmissão do vírus. Outro dado que demonstra o sucesso da nova estratégia de tratamento é a queda na proporção das pessoas que chegam aos serviços com diagnóstico tardio e o grave comprometimento imunológico. Esta proporção passou de 20%, em 2013, para 13% nos primeiros três meses de 2015. 
A ampliação da testagem é outra das frentes da nova política de enfrentamento do HIV e aids no país. Em 2014, nos quatro primeiros meses, foram realizados 1,9 milhão de testes no país, sendo que, em 2015, no mesmo período, foram 2,1 milhões de testagem.
“É fundamental, nesse momento, olhar pra atrás e reconhecer nossas conquistas. Esses dados de aumento de testagem e do número de novos tratamentos demonstram a importância da adoção do novo protocolo”, explicou a ministra interina, durante a coletiva de imprensa. Ana Paula ressaltou que, o fato do novo protocolo possibilitar que as pessoas sejam tratadas de forma mais precoce, irá contribuir para a redução da carga viral, baixando a probabilidade de transmissão na população.  
O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, lembrou a importância da campanha publicitária. “Pela primeira vez, temos um campanha de prevenção ao HIV e Aids que se estende ao longo de todo o ano, abarcando grande parte das festas populares brasileiras”, ressaltou o diretor. Ele lembrou que a campanha iniciou em 1º de dezembro do ano passado e  estará em todas as regiões do país, contemplando desde as festas juninas do nordeste, até a Octoberfest  no sul do país e o festival de Parintins no Amazonas.      
QUEDA ÓBITOS – O incentivo ao diagnóstico e o combate ao tratamento tardio também refletiu na redução da mortalidade e a morbidade do HIV. Desde 2003, houve um queda de 15,6% na mortalidade dos pacientes com aids no país. A taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2014.
Esses dados apontam para a efetividade da adoção da política de combate ao HIV e aids no país, que este ano comemora 30 anos de história. A portaria 236/95, que estabeleceu as primeiras diretrizes para um programa amplo de controle da doença em todo o território nacional, foi publicada em maio de 1985.
Todas essas medidas demonstram também a disposição do país de alcançar o cumprimento da meta 90-90-90 (90% de pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral indetectável) até 2020. A meta foi estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). Vale ressaltar que atualmente o país já se encontra em estágio avançado para o alcance dessas metas.
Com relação à testagem, faltam apenas 11% para o alcance da meta Com relação às duas outras metas, faltam 30% para alcance do tratamento e 35% para meta de carga viral indetectável. Além disso, das pessoas atualmente em tratamento, 88% estão com supressão da carga viral, ou seja, não apresentam mais o vírus na corrente sanguínea, o que contribui para diminuir a sua circulação.
O Brasil tem adotado ao longo dos anos, e principalmente nos últimos dois anos uma série de medidas de ampliação da testagem de HIV em populações chaves e a facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem utilizadas pelas pessoas vivendo com HIV e aids.
Como resultado deste cenário, uma das mais importantes publicações científicas da área médica, a revista britânica The Lancet divulgou, em julho de 2014, estudo mostrando que o tratamento para aids no Brasil é mais eficiente que a média global. Segundo o estudo, as mortes em decorrência do vírus HIV no país caíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, enquanto a média global apresenta uma queda de 1,5% ao ano.
NÚMEROS AIDS – A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,6 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos de aids novos ao ano. A epidemia tem se concentrado principalmente entre populações vulneráveis e os mais jovens. Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos era de 9,6 casos a cada 100 mil habitantes, o que equivale a cerca de 3,4 mil casos. Já em 2013, esse número foi de 4,4 mil casos, representando um taxa de detecção de 12,7 casos por 100 mil habitantes.
CAMPANHA – O objetivo é informar e alertar a população, especialmente os jovens, para as medidas de prevenção, como o uso camisinha, a realização do teste de HIV e início do tratamento, em caso de soropositividade. A campanha, focada nas festas populares nordestinas de São João, já está em andamento nas cidades do Campina Grande e João Pessoa (PB); Caruaru e Recife (PE) e em Salvador, com veiculação de filme na Televisão durante este mês e utilização de redes sociais de compartilhamento dos conteúdos, no mesmo período.
As peças publicitárias para rádio, TV, anúncio de revista, e de mobiliário urbano (ponto de ônibus, relógio digital, anúncios em estações de metrô) reforçam o conceito “camisinha + teste + medicamento” de prevenção combinada.  Além da veiculação na TV no mês de junho, a campanha das festas juninas, tem seu conteúdo compartilhado nas redes sociais. Para esta etapa, foram disponibilizados 85 mil folders explicativos da prevenção, combinado com materiais para abrigos de ônibus e placas de rua. Os materiais usam a gíria “#partiu teste”, linguagem típica da faixa etária dos jovens, prioritária para a campanha.
Também está em andamento a campanha do Festival Folclórico de Parintins, realizado entre os dias 26 e 28 de junho, no Amazonas. A campanha que segue o mesmo conceito prevê, além da veiculação na TV, spot de rádio, cartaz, painel eletrônico, revista, internet e porta camisinhas.
Nas cidades com maior concentração de festas juninas (Campina Grande, Salvador, João Pessoa, Caruaru e Recife) está sendo feito um reforço das estratégias de comunicação. Foram instalados 20 displays para a retirada de camisinhas e peças específicas para distribuição nas ruas, como infláveis com mensagens de prevenção. Os equipamentos estão instalados nos banheiros femininos e masculinos dos aeroportos de Recife e Campina Grande e também na rodoviária da dessa cidade. Para esta etapa da campanha, foram distribuídos 160 mil preservativos.

Texto: Nivaldo Coelho, da Agência Saúde Fonte: www.portalsaude.saude.gov.br

quarta-feira, 13 de maio de 2015

SAL EM ALIMENTOS PROCESSADOS

Consumo excessivo de sal pode levar à hipertensão. No Brasil, índice de hipertensos atinge uma em cada quatro pessoas segundo dados inéditos do Vigitel 2014
Reduzir a quantidade de sódio consumida diariamente pela população brasileira é a meta do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados que conseguiu, em sua 2ª fase, reduzir em até 10% o teor de sódio presente em 839 produtos. O compromisso entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia) possibilitou que, em três anos (2011-2014), fossem retiradas 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. A meta é que até 2020 as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.

Confira a apresentação do ministro

Nesta segunda fase foram analisados bolos, snacks (batata-palha e salgadinhos de milho), maioneses e biscoitos. Esses produtos, que somam 69 indústrias, retiraram 5.793 toneladas de sódio de suas fórmulas desde 2013 quando foi firmado o acordo para essas categorias. Na primeira etapa, de 2011, que envolveu macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinha, 1.859 toneladas de sódio saíram do mercado. Fazem parte do acordo outras duas etapas que deverão ser divulgadas até 2016. O cumprimento das metas, que envolve os produtos mais consumidos pela população, contribuirá para a redução do consumo de sódio diário no país para menos de 2 g por pessoa (cerca de 5g de sal).

“Conseguir retirar mais de 7 mil toneladas de sódio é uma parte importante no enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis e promoção da saúde do brasileiro. O impacto disso é a garantia de mais 4 anos de vida e uma redução de 15% nos óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Significa também que 1,5 milhões de brasileiros não precisarão de medicamentos e vão poder controlar sua pressão com atividade física e alimentação saudável. É um ganho de vida”, garantiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A maior redução foi observada na categoria rocamboles, com queda de 21,11% no teor de sódio, seguida pela mistura para bolo aerado - 16,6% - e maionese, com queda de 16,23%. Todas as demais categorias também registram queda: bolos prontos sem recheio (15,8%); bolos prontos com recheio (15%); batata frita e batata palha (13,71%); biscoito doce (11,41%); salgadinho de milho (9,4%); biscoito doce recheado (6,48%); mistura para bolo cremoso (5,9%); e biscoito salgado (5,08%).

No primeiro ano da parceria, em 2011, foram retiradas 1.295 toneladas de sódio de três tipos de alimentos no mercado: pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo. Em 2013, das 69 indústrias analisadas, 95% dos produtos conseguiram reduzir o teor máximo de sódio da composição. Neste monitoramento, grande parte dos participantes também conseguiu antecipar as metas estabelecidas para 2014 que variam de 204 para 1.051 mg/100g de acordo com o alimento: 83% dos bolos prontos com recheio; 96,2% das misturas para bolo aerado; 89,7% do salgadinho de molho; 68% da batata palha e batata frita e 77,8% do biscoito doce recheado.

“O alimento industrializado não é o único responsável por todo o excesso de sal que ingerimos. Precisamos cuidar muito da maneira que preparamos os alimentos em casa e no que comemos nos restaurantes. Mas precisamos, principalmente, deixar de adicionar o sal nos alimentos já prontos, isso significa retirar o saleiro da mesa. A Vigitel mostra que o brasileiro acha que consome pouco sal, mas nós consumimos muito. Em média são 12g por dia quando deveríamos , no máximo, ingerir 5g“, alertou o ministro.

As indústrias que não alcançaram o resultado esperado de redução foram notificadas pelo Ministério da Saúde e deverão apresentar ao Ministério da Saúde uma justificativa, além de uma nova estratégia para diminuir a quantidade de sal dos alimentos.

Para os próximos passos, está prevista a redução, não somente dos níveis máximos de sódio nas categorias, mas também do nível médio de sódio. Os produtos analisados continuam fazendo parte do programa, ainda com as metas alcançadas,  e a cada ano, novas metas são traçadas visando maiores reduções. O Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados é uma ação que alerta a população para o consumo de sal na hora das refeições e na escolha dos produtos nas gôndolas dos supermercados.

VIGITEL 2014 – O número de brasileiros com hipertensão no país tem se mantido estável segundo dados da Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em 2014, a população com a doença chegou a 24,8% contra 24,1% em 2013. As mulheres são maioria nesse cenário e respondem a 26,8% dos casos, enquanto os homens respondem a 22,5% dos casos. Os hipertensos crescem com o avanço da idade e também com a diminuição da escolaridade. Nas capitais, Palmas apresenta o menor número de hipertensos no país, com 15,2%, e Porto Alegre a maior, com 29,2% das pessoas com hipertensão.

Ainda segundo o Vigitel, a população brasileira ainda apresenta uma percepção pequena sobre o consumo de sal em excesso, o que pode ser observado com o fato de que 47,9% dos entrevistados consideram seu consumo de sal adequado. Apenas 2,3% admitem ter um consumo muito alto e 13,2% um consumo alto.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2008, o consumo de sódio do brasileiro excedia em mais de duas vezes o limite máximo recomendado pela OMS, de cinco gramas por dia. A média nacional é de 12 gramas. Sendo assim, a redução do teor de sódio, até 2020, teria impacto direto nos gastos do SUS e na saúde dos brasileiros, garantindo redução de 15% dos óbitos por AVC e 10% por infarto. Além de 1,5 milhão de pessoas livres de medicação e um aumento de quatro anos na expectativa de vida  para os hipertensos.

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO – O Ministério da Saúde vem desenvolvendo ações estratégicas de alimentação e nutrição para promover e proteger a saúde dos brasileiros, em parceria com o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. 

Entre elas está o lançamento, em novembro de 2014, do Guia Alimentar para a População Brasileira que relata quais cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. Em 2015, para complementar o Guia, foi lançada a publicação Alimentos Regionais Brasileiros que divulga a variedade de alimentos no país e orienta as práticas culinárias, estimulando a valorização da cultura alimentar brasileira e o consumo de alimentos in natura.

Por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), o Ministério também  investe em ações preventivas para evitar doenças em crianças e adolescentes. Em 2014, 4.787 municípios aderiram ao Programa. Outra ação importante é o Programa Academia da Saúde, que prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de saúde e atividades físicas. Atualmente, há  1.165 academias em todos os estados brasileiros.


TextoGabrielle Kopko, da Agência Saúde - Site: www.portalsaude.saude.gov.br