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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

AIDS - PREVENÇÃO E TRATAMENTO

O Brasil chega este ano com 29% a mais de pessoas em tratamento com antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na comparação com 2013. De Janeiro a Outubro do ano passado, 47.506 pessoas entraram em uso de medicação antirretroviral, sendo que neste mesmo período de 2014 foram 61.221 pacientes. No total acumulado, quase 400 mil pessoas já estão em terapia com estes medicamentos, neste ano. Os dados são do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014, divulgados pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta segunda-feira, em Brasília, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a aids (1º de dezembro).
O crescimento no número de pessoas em terapia com antirretrovirais é um dos impactos do Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, lançado em 1º de dezembro do ano passado. O protocolo garantiu acesso aos antirretrovirais a todas as pessoas com testes positivos de HIV, mesmo aquelas que não apresentem comprometimento do sistema imunológico.
Outro resultado positivo do protocolo, lançado há um ano, é o aumento expressivo de pessoas que iniciam o tratamento com CD4 acima de 500, ou seja, pessoas soropositivas com imunidade normal. Os dados do novo boletim indicam que 37% dos pacientes que entraram em tratamento em 2014 tinham CD4 acima de 500. Isso demostra que protocolo está funcionando: os médicos estão prescrevendo de acordo com a diretriz do Ministério da Saúde e os pacientes estão tomando corretamente os medicamentos prescritos.
Ao comentar os dados do novo boletim, o ministro Arthur Chioro, ressaltou que estes resultados mostram um importante avanço na política brasileira de enfrentamento ao HIV e aids. “Com relação ao tratamento, sem dúvida estamos obtendo um resultado promissor. No entanto, ainda temos como desafio incluir uma parcela significativa de pessoas na terapia com antirretrovirais. Isso ajuda a romper a cadeia de transmissão, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV/aids”, observou o ministro.
O ministro também chamou a atenção para a importância do boletim, que é divulgado todos os anos no dia 1º de dezembro. “É um instrumento fundamental de planejamento para a definição das políticas nesta área”, afirmou. Segundo Chioro, o Ministério da Saúde está atento ao crescimento da doença entre a população jovem e, por isso, direcionou a campanha à juventude. Em 2004, a taxa de detecção, que era de 9,6 por 100 mil habitantes, passou para 12,7 por 100 mil habitantes em 2013.
AVANÇOS - O Brasil tem adotado, nos últimos meses, uma série de medidas para controle da transmissão, entre elas a ampliação da testagem de HIV em populações chaves (gays e homens que fazem sexo com homens, transexuais e travestis, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo), além da facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem usadas pelas pessoas vivendo com HIV/aids. Em 2014 o Ministério incorporou o 3 em 1 no Rio Grande do Sul e no Amazonas e já estendeu a compra para todo país. Além disso, incorporou o 2 em 1 e o Ritonavir termoestável, que dispensa a conservação em geladeira, dentre outras novidades. Todas essas medidas irão proporcionar que um grande número de pessoas possam se beneficiar do início precoce da terapia.
Com a adoção destas medidas, o Ministério da Saúde pretende cumprir a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde, conhecida como 90-90-90, até 2020. A meta é testar 90% da população brasileira e, das pessoas que apresentarem resultado positivo, tratar 90%. Como resultado, conseguir que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, também destacou a vantagem da oferta do tratamento a todas as pessoas soropositivas. “Além do benefício para a própria pessoa - que apresenta uma melhora na qualidade de vida, retardando problemas associados à infecção do HIV – esta medida é importante para a redução da epidemia. Estudos indicam que, pelo menos, 90% das pessoas em tratamento, apresentam - a partir de seis meses - carga viral indetectável”, observou o secretário, lembrando que essas pessoas não transmitem o HIV nesta situação.  
CAMPANHA – Pela primeira vez o Ministério da Saúde apresenta em uma campanha a estratégia de prevenir, testar e tratar. A campanha, lançada neste dia 1º de dezembro, tem como público alvo os jovens. Haverá também material segmentado para a população jovem gay e travestis. A estratégia deste ano prevê a continuidade da campanha, com adaptações, para festas populares, como carnaval e outros eventos, durante todo o próximo ano.
A nova campanha apresenta jovens experimentando a vida com a palavra “testar”. O teste reforça o slogan final usando a gíria “# partiu teste”, linguagem típica desta faixa etária prioritária. O mensagem geral da campanha é informar o jovem para se prevenir contra o vírus da aids, usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento, reforçando o conceito “camisinha + teste + medicamento” de prevenção combinada.
NOVOS NÚMEROS – De acordo com o novo boletim epidemiológico, cerca de 734 mil pessoas vivem com HIV e aids hoje no país. Deste total, 80% (589 mil) foram diagnosticadas. Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de aids no país. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos de aids novos ao ano.
O coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,1 caso de mortes por 100 mil habitantes em 2004, para 5,7 casos em 2013. Do total de óbitos por aids ocorridos no país até o ano passado, 198.534 (71,3%) ocorreram entre homens e 79.655 (28,6%) entre mulheres.
Em julho deste ano, a revista britânica The Lancet, uma das mais importantes publicações científicas da área médica, divulgou um estudo mostrando que o tratamento para aids no Brasil é mais eficiente que a média global. Segundo o estudo, as mortes em decorrência do vírus HIV no país caíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, maior do que os 1,5% registrados globalmente.
FUNDO POSITHIVO – No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Ministério da Saúde também anunciou o lançamento do Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil que trabalham no campo das DST/AIDS e Hepatites Virais. O fundo tem como meta arrecadar recursos da iniciativa privada para financiar projetos sociais de Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
O fundo irá mobilizar recursos adicionais para as OSC, proporcionando a sustentabilidade e o aprimoramento das respostas sociais e políticas a estas enfermidades no Brasil. A Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universitária (FAPEU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ficará responsável pelo seu gerenciamento nos 3 primeiros anos. O fomento à criação do Fundo tem como objetivo contribuir para uma fonte adicional de recursos à luta contra a AIDS no país, que tem na Sociedade Civil Organizada um aliado estratégico.
Atualmente, trabalham com o tema DST, Aids e hepatites Virais no país cerca de 350 organizações da sociedade civil (OSCs). Além da mobilização de recursos financeiros, o fundo pretende contribuir com a prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, ao HIV/aids, às hepatites virais e à promoção da saúde, especialmente entre jovens.
PERÍCIA – Durante o evento, também será apresentado o Manual de Diretrizes para concessão de benefícios por incapacidade laborativa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O documento é fruto do esforço conjunto dos ministérios da Saúde e da Previdência e irá subsidiar os peritos do INSS na avaliação de incapacidade laborativa de pessoas vivendo com HIV/AIDS.
O documento contém as inovações do tratamento com antirretrovirais, considerando, além do bem-estar físico, outros aspectos relevantes para a análise médico-pericial, como as condições psíquicas e sociais, decorrentes de doença. O manual também dá atenção especial à questão do estigma e da discriminação, ressaltando os aspectos sociais, psíquicos e comportamentais da pessoa que vive com aids.
Outra novidade no documento é a ampliação do conceito de indivíduo sintomático que pode envolver, não só a síndrome e doenças associadas à aids, como também as complicações crônico-degenerativas, sequelas, efeitos adversos dos medicamentos para outras doenças e também aos antirretrovirais.



Texto: Nivaldo Coelho, da Agência Saúde Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VACINAÇÃO DE GESTANTES CONTRA A COQUELUCHE

Estado do ES deve vacinar 52,8 mil gestantes contra a coqueluche. Medida busca proteger os recém-nascidos contra a doença. Mais de 16,5 mil doses da vacina foram repassadas ao estado.
Grávidas e recém-nascidos ganharam um novo reforço para proteção contra coqueluche. A partir deste mês de novembro, as gestantes têm à disposição a vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa) no Calendário Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, o Ministério da Saúde busca reduzir a incidência e mortalidade causada pela doença entre os recém-nascidos. A vacina dTpa está disponível nos 35 mil postos da rede pública.
A recomendação do Ministério da Saúde é para aplicação da dose entre as 27ª e a 36ª semanas de gestação – período que gera maior proteção para a criança, com efetividade estimada em 91%. Entretanto, a dose também pode ser administrada até, no máximo, 20 dias antes da data provável do parto. Esta é a quarta vacina para gestantes no calendário nacional. O SUS também oferece a influenza, a dupla adulto (difteria e tétano - dT) e a vacina contra hepatite B.
Ao anunciar nesta segunda-feira (17) a nova incorporação no SUS, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou a importância da vacina para a proteção à saúde da população, especialmente das gestantes.  “Hoje, a coqueluche é um problema de saúde pública no mundo, devido ao seu aumento de casos nos últimos anos. Diante deste cenário, o Brasil busca uma pronta resposta para o combate à doença com a introdução da dTpa”, afirmou o ministro.
Segundo ele, o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde tem trabalhado para disponibilizar no SUS vacinas que tenham eficácia, segurança e apresentem custo efetivo. “Além dos profissionais que atuam na área neonatal, temos o desafio de vacinar mais de 2,9 milhões de gestantes. Dessa forma, as mães vão passar proteção aos seus bebês até que eles consigam cumprir o calendário completo de vacinação”, explicou Chioro.
O esquema de vacinação completo da dupla adulto é de três doses (devendo ser reforçada a cada intervalo de dez anos) podendo ser tomada a partir dos 10 anos de idade. Se a mulher não tomou nenhuma dose da vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa. Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as mulheres que se preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a dTpa administrada com apenas uma dose. Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independente de terem tomado anteriormente.
SITUAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO - O público-alvo para imunização no estado contra a coqueluche é composto por 52,8 mil gestantes. O Ministério da Saúde repassou para o estado 16,5 mil doses da vacina e, partir de novembro, passará a enviar cota mensal com 5,5 mil unidades da vacina. Em todo o país, a estimativa é imunizar mais de 2,9 milhões de gestantes e 324 mil profissionais da área de saúde. No Espírito Santo foram registrados 2.322 casos da doença e 11 mortes, entre 2011 e 2013.
Para a implantação desta vacina no calendário, em 2014, o Ministério da Saúde adquiriu quatro milhões de doses, com investimento de R$ 87,2 milhões. Cada dose tem o custo de R$ 21,81. Já foram distribuídas para todas as unidades da federação 1,2 milhões de doses, para a incorporação da vacina no SUS. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações vai fazer o envio mensal de 300 mil doses.
Com a incorporação da dTpa, a rede pública passa a ofertar 17 vacinas de rotina no calendário nacional. O Ministério da Saúde ofertou neste ano três vacinas. Em março deste ano, a vacina contra HPV; em julho a Hepatite A e a, partir deste mês, a imunização contra coqueluche para grávidas.
A vacina dTpa gera proteção da mãe para o filho. Além de se proteger, a mãe passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, garantindo ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida até que ele complete o esquema vacinal contra coqueluche, definido pelo calendário básico. A dTpa é a única vacina contra coqueluche que pode ser administrada de maneira segura em adultos. Profissionais de saúde que atuam nas maternidades e UTIs neonatais também receberão a vacina e terão que fazer o reforço a cada 10 anos.
COQUELUCHE – A coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade, causada pela bactériaBordetella pertussis. As principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras. O número de casos da doença reduziu de 40 mil notificações nos anos 80, em média, para cerca de 1.500 casos na década de 2000. No entanto, a partir de 2011, houve aumento nos casos da doença em todo o mundo, sobretudo em crianças menores de três meses, por não terem ainda recebido o esquema completo da vacinação contra a doença.
O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, explica que isso acontece porque elas ainda não estão protegidas contra a doença, sendo mais suscetíveis.  “Em crianças mais velhas, com o esquema vacinal completo, as chances de casos da doença são baixos, o que é uma comprovação da efetividade da vacina”, observou.
A proteção das crianças para coqueluche é feita com três doses da vacina Pentavalente (DTP, hepatite B e HiB), aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. Aos 15 meses e aos quatro anos a criança recebe o reforço com a vacina DTP. Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos em menores de três meses, 35% dos casos do país neste período, que foram 14.128. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.
A vacinação de gestantes é aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), recomendada  pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e já está sendo adotada como uma das estratégias para o controle da coqueluche em vários países, como Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda, Reino Unido, Austrália, entre outros. Os efeitos adversos são raros e podem incluir reações locais como dor, febre, enrijecimento e vermelhidão no local da administração da vacina. Qualquer evento adverso deve ser notificado imediatamente às autoridades de saúde.
A vacinação com a dTpa soma-se a outras medidas já adotadas pelo Ministério da Saúde para reduzir a incidência e mortalidade por coqueluche, entre elas, a revisão do protocolo de tratamento e quimioprofilaxia, com recomendação de uso de antibióticos com mais eficácia, a adoção do tratamento com antibióticos para todas as gestantes no último mês de gestação ou puérperas, que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado e apresentarem tosse por cinco dias ou mais, e dos recém-nascidos.

Texto: Amanda Mendes e Camila Bogaz, da Agência Saúde - Fonte: www.portalsaude.saude.gov.br

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

NOVEMBRO AZUL

O câncer de próstata é o câncer mais frequente no sexo masculino, ficando atrás apenas do câncer de pele não menaloma. Estatísticas apontam que a cada seis homens, um é portador da doença. A estimativa é de que, em 2014, 69 mil novos casos sejam diagnosticados, ou seja, a descoberta de um caso a cada 7,6 minutos.
No intuito de conscientizar a população masculina sobre a doença, visando a diminuir a taxa de mortalidade, que ainda é alta, o Instituto Lado a Lado pela Vida e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) desenvolvem o Novembro Azul, uma iniciativa que já faz parte do calendário nacional das campanhas de prevenção no Brasil. O objetivo é combater a doença e, principalmente, motivar a população masculina a fazer exames preventivos.
O calendário de atividades do Novembro Azul 2014 conta com diversas ações em todos os estados brasileiros, que contemplam a iluminação de pontos turísticos e monumentos, palestras informativas para leigos, ações em estádios, intervenções em eventos populares e pedágios em locais de grande circulação, além de um fórum no Congresso Nacional e no Senado Federal.
"A campanha tem sido referência na missão de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde e procurar o médico com mais frequência. Os homens são mais resistentes à ideia de ir regularmente ao médico e, por isso, acabam descobrindo a doença em estágio já avançado", diz Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
"Depois do aparecimento dos sintomas, mais de 95% dos casos de câncer de próstata já se encontram em fase avançada. Por isso, é importante o exame regular através do toque retal e do PSA periodicamente", afirma Carlos Corradi Fonseca, presidente da SBU.
A SBU recomenda que homens a partir de 50 anos procurem seu urologista para discutir a prática e a realização da avaliação. Aqueles com maior risco da doença (história familiar, raça negra) devem procurar o urologista a partir dos 45 anos. Os exames consistem na dosagem sérica do PSA e no exame digital retal, com periodicidade anual.
Esta prática está relacionada à diminuição de cerca de 21% na mortalidade pela doença em estudos de grande porte e longo seguimento.

Sobre o Câncer de Próstata

A próstata é uma glândula do aparelho reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, de forma e tamanho semelhantes a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, após os tumores de pele. A doença pode demorar a se manifestar, exigindo exames preventivos constantes para não ser descoberta em estágio avançado e potencialmente fatal. Ela acontece quando as células deste órgão começam a se multiplicar de forma desordenada. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o sexto tipo mais comum de câncer no Brasil.


Fonte: http://www.sbu.org.br/

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SEGUNDA ETAPA DE VACINAÇÃO CONTRA HPV

Mais de 4,3 milhões de meninas de 11 a 13 anos já receberam a primeira dose da vacina. Tomar a segunda dose é fundamental para garantir a imunização.
A segunda dose da vacina conta o vírus HPV, que protege contra o câncer do colo de útero, começa a ser aplicada em meninas de 11 a 13 anos, a partir da próxima segunda-feira (1º/9) em todo o Brasil. A aplicação da segunda dose, seis meses após a primeira, é fundamental para garantir a imunização contra o HPV até que receba a dose de reforço, em cinco anos. Com o esquema vacinal completo, a adolescente garantirá a proteção contra o câncer de colo do útero, terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
O Ministério da Saúde passou a ofertar a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) em 10 de março. Em apenas seis meses, 4,3 milhões de meninas nessa faixa-etária já foram vacinadas, atingindo 87,3% do público-alvo - uma das maiores coberturas para essa vacina em todo o mundo. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% das 4,9 milhões de meninas de 11 a 13 anos residentes no país.

Confira a apresentação

Confira as Perguntas e Respostas
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, todos os estados conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal da primeira dose da vacina. “Estamos lidando com efeito de saúde pública de grande magnitude. As estimativas para este ano é de que ocorram 15 mil novos casos de câncer do colo de útero e cerca de 4,8 mil óbitos.  No entanto, a combinação do sucesso na expansão da imunização contra o vírus do HPV, com a forte mobilização dos estados, municípios, escolas públicas e privadas, e dos meios de comunicação, juntamente com a ampliação da estratégia do Papanicolau nas Unidades Básicas de Saúde, conseguiremos reduzir significativamente esse tipo de câncer nos próximos anos no país”, afirmou o ministro.
A vacinação nas escolas foi o diferencial para o alcance da meta nacional. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda aos municípios repetir a estratégia para a aplicação da segunda dose. Para quem preferir ir ao serviço de saúde, a vacina está disponível, durante todo o ano, nas mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo Brasil.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, informa que “a vacina contra o HPV tem eficácia comprovada e utilizada em mais de 50 países. Há ainda mais cerca de 150 países querendo disponibilizar a vacina, porém, não disponibilizam de recursos em seus sistemas de saúde”. Ele alertou para o fato de que “sem a segunda dose, não há proteção, e que as meninas que ainda não tomaram a primeira dose, podem procurar os postos de vacinação, pois não se trata de uma campanha, e sim, de uma nova vacina que passou a incorporar o calendário de imunização do sistema público de saúde”, disse Jarbas.
TRÊS DOSES – A vacina também está disponível para aquelas que ainda não tomaram a primeira dose. Para receber a segunda dose da vacina HPV, basta apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação na unidade de saúde. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo que a segunda, seis meses depois da primeira, e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose. Neste ano, serão vacinadas as adolescentes do primeiro grupo (11 a 13 anos). Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas de 9 anos.
Para o primeiro ano de vacinação, o Ministério da Saúde adquiriu 15 milhões de doses. O SUS oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
Além de adquirir as doses para a vacinação, o Ministério da Saúde firmou uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan e o laboratório Merck para a produção da nacional da vacina. Serão investidos R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. A PDP possibilitou uma economia estimada de US$ 19,7 milhões na compra da vacina em 2014. O Ministério da Saúde pagará R$ 31,02 por dose, o menor preço já praticado no mercado.
CAMPANHA – A partir de 1º de setembro, a campanha publicitária vai orientar os responsáveis sobre a importância da vacina HPV e a ficarem atentos ao período de vacinação nas escolas das filhas ou procurar uma unidade de saúde. Com tema “Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção”, as peças serão veiculadas por meio de cartazes, spot de rádio, filme para TV, anúncio em revistas, outdoors e campanhas na internet.
Nas redes sociais, a campanha ganhará reforço de jovens famosas, como a atriz Klara Castanho (Paulinha de Amor à Vida), de 13 anos, e a atriz, apresentadora e cantora Maisa Silva, de 12 anos. Para aproveitar o sucesso conquistado junto ao público-alvo da campanha - meninas de 11 a 13 anos –, além da grande popularidade nas redes sociais, as atrizes irão gravar voluntariamente vídeos e postar mensagens, convidando as meninas de todo o país para tomar a segunda dose da vacina. O material cedido pelas atrizes teens será utilizado nas páginas oficiais do órgão nas redes sociais. As atrizes Giulia Garcia (Ana das Chiquititas), de 11 anos, e Julia Gomes (Mirian das Chiquititas), de 12 anos, também integram o time de voluntárias. Juntas, elas reúnem 485,6 mil curtidas noFacebook, 656 mil seguidores no Instagram e 264 mil no Twitter.
SEGURANÇA - A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. Hoje, ela é utilizada como estratégia de saúde pública em 51 países, por meio de programas nacionais de imunização. Estimativas indicam que, até 2013, foram distribuídas cerca de 175 milhões de doses da vacina em todo o mundo. A sua segurança é reforçada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. No entanto, ela não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
SOBRE O HPV – É um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18.  Em relação ao câncer de colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos.

Fonte: portalsaude.saude.gov.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

COMBATE AO EBOLA NA ÁFRICA: GOVERNO DOA R$ 1 MILHÃO A OMS

Ministério anuncia reforço nas ações de monitoramento e vigilância na rede de saúde e pontos de entradas do país. No momento, não há risco de transmissão da doença no Brasil.
O Governo brasileiro doará R$ 1 milhão para Organização Mundial da Saúde (OMS) para fortalecer as ações e interromper a transmissão do ebola nos países acometidos pela epidemia. A ajuda foi anunciada nesta sexta-feira (8) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, ­durante entrevista coletiva à imprensa para esclarecer a situação da doença no oeste da África e os procedimentos adotados pelo Ministério da Saúde de vigilância e resposta. 
O Ministro Chioro explicou que a doação é uma resposta do Brasil ao chamamento da OMS por apoio e cooperação internacional. Segundo ele, neste momento não há risco de transmissão desta doença no Brasil. Nesta sexta-feira, a agência classificou a situação da epidemia no oeste da África como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional. "O Brasil tem seguido todas as recomendações da OMS. É fundamental entender que a elevação da classificação do Ebola significa um alerta mundial para cooperação internacional de ajuda aos países com registro de casos, fortalecendo as ações de combate à cadeia de transmissão da doença e de contenção do surto de ebola nessas regiões", ressaltou o ministro.
Entre as medidas anunciadas para reforçar as ações de vigilância e monitoramento da doença, está a veiculação de mensagem sonora nos aeroportos brasileiros com recomendações a passageiros de voos internacionais, a partir deste sábado (09). No comunicado, pessoas que regressarem de viagens internacionais com sintomas - como febre, vômito, diarreia, sangramento, manchas no corpo ou tosse - são aconselhadas a procurar atendimento médico, além de informar ao profissional de saúde os países em que passaram.
As equipes de bordo das companhias aéreas, que fazem voos internacionais, devem notificar as autoridades sanitárias no aeroporto de destino sobre qualquer passageiro que apresente quadro de doença infeciosa durante a viagem. A partir dessa comunicação, é providenciada a remoção desse passageiro e transferência para hospital de referência.
DEFINIÇÃO - Para facilitar a identificação de possíveis casos suspeitos, o ministro anunciou a divulgação, aos profissionais e serviços de saúde, da definição de “caso suspeito”. Além da apresentação dos sintomas típicos da doença, está o critério de que o indivíduo deve ser procedente, nos últimos 21 dias – período máximo de incubação da doença – de país com transmissão atual de ebola. Apesar de anunciar as novas medidas, o ministro reafirmou que o risco de transmissão da doença no Brasil é considerado baixo. “Pelas características de transmissão do vírus Ebola, a disseminação da doença para outros continentes é considerada como improvável”, afirmou.
O ministro ressaltou ainda que foram realizadas videoconferências com todas as secretarias estaduais de saúde, além de enviadas normas técnicas para preparação da rede de saúde. “Nas cidades que possuem aeroportos internacionais, as unidades do serviço de SAMU já estão preparadas para encaminhar os casos suspeitos aos hospitais de referência, seguindo todos os procedimentos de biossegurança”, observou o ministro.
NIVEL DE ALERTA - O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que o Brasil elevou para dois o nível de alerta do Centro de Operações e de Emergência em Saúde. A medida, segundo ele, tem como objetivo acompanhar e intervir, imediatamente, se um caso suspeito for identificado em qualquer uma das cidades do país. Ele ressaltou, ainda, que o Instituto Evandro Chagas está preparado para fazer o diagnóstico do caso suspeito.
O secretário explicou, ainda, que não há restrição de viagem para os países afetados. De acordo com ele, a orientação da OMS é para que os países acometidos pela doença façam a triagem de passageiros nas saídas dos países. Para os brasileiros que vivem nos países afetados, o Ministério recomenda evitar contato com animais ou com pessoas doentes e seguir todas as recomendações dos ministérios da saúde desses países. O Ministério da Saúde do Brasil recebe atualizações diárias da OMS sobre a situação do surto de Ebola, bem como de qualquer outra situação de potencial emergência de saúde pública.
A ajuda do Brasil aos países acometidos pelo ebola começou em junho, com a doação para Guiné de quatro kits, suficientes para atender cerca de 500 pessoas por três meses. Cada kit contém 48 itens, sendo 30 tipos de medicamentos, incluindo antibióticos e anti-inflamatórios, e 18 insumos para primeiros-socorros, como luvas e máscaras. O Ministério da Saúde também prepara o envio de cinco kits para Serra Leoa e cinco para Libéria.

Texto: Carlos Américo
Fonte: portalsaude.saude.gov.br

sexta-feira, 25 de julho de 2014

PREVINA-SE CONTRA AS HEPATITES

Na próxima segunda-feira (28), é celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais e é importante lembrar sobre a importância da vacinação e incentivar a procura por testes de detecção da doença. No ano passado, foram confirmados 605 casos de hepatite B, 283 do tipo C e 42 do tipo A no Espírito Santo. Neste ano, até agora, há confirmação de 10 casos de hepatite A, de 186 do tipo B e 81 de hepatite C. A prevenção é a melhor forma de controle da doença. Especialistas ressaltam que os casos mais graves podem evoluir para cirrose hepática e câncer do fígado.

No Brasil, estima-se que 30 milhões de pessoas já entraram em contato com o vírus da hepatite B e que 2 milhões de pessoas apresentam infecção crônica por este vírus. A imunização contra a hepatite B faz parte do calendário de rotina na rede pública e é ofertada à população em geral, até 49 anos.

No esforço para prevenir e controlar as hepatites virais, o Ministério da Saúde incluiu, neste mês, a vacina contra a hepatite A no calendário de vacinação infantil, para a faixa etária de um ano a menores de dois anos de idade. Desde o último dia 14, crianças a partir de um ano até menores de dois anos começaram a ser imunizadas contra a hepatite A. No Espírito Santo, a estimativa é de que neste primeiro ano sejam vacinadas 24.211 crianças nesta faixa etária.

Mas não é só o público infantil que deve se prevenir. Pessoas até 49 anos que nunca se vacinaram contra hepatite B podem procurar as unidades de saúde municipais. A vacina é aplicada em três doses. A segunda é aplicada 30 dias após a primeira e, a última, seis meses após a primeira dose. Cumprindo esse esquema, estará protegido para o resto da vida.

Quem tomou uma ou duas doses da vacina contra a hepatite B deve procurar a unidade de saúde mais próxima da sua residência e completar o esquema de três aplicações. Aquele que não tem como comprovar que foi vacinado deve receber as três doses. Por isso, é importante manter em dia o Cartão de Vacinação.

Diagnóstico

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, o infectologista Moacir Soprani, as hepatites B e a C são as mais graves por evoluírem para formas crônicas. Mas ressalta que essas hepatites têm tratamento e a eficácia da terapia está associada ao diagnóstico e ao grau de acometimento em que se encontra o paciente. Por isso, quanto mais cedo for descoberta, melhor.

Ele destaca que é importante fazer um dos testes de diagnóstico que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O acesso aos testes e ao tratamento é realizado por meio das unidades de saúde municipais. Soprani ressalta que os medicamentos usados para tratar a hepatite B têm alta eficácia no controle da doença e aqueles usados no tratamento da hepatite C permitem o alcance de uma taxa de cura em 40 a 80% dos casos.
Fique por dentro

Doença – As hepatites são infecções por vírus que acometem principalmente o fígado causando inflamação. Elas são divididas nos tipos A, B, C, D e E.

Transmissão – A transmissão ocorre por meio de água e alimentos contaminados (tipos A e E), secreção ou sangue (B e C) e relação sexual (mais comum na B). O tipo D da doença só é possível na presença do B e não existe no Espírito Santo.

Sintomas – Apesar da diversidade, os sintomas, quando existem, são semelhantes: cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites B e C podem evoluir para cirrose hepática e câncer do fígado. Para se detalhar qual é o tipo da doença, é preciso fazer exames específicos, ofertados nas unidades de saúde municipais.

Gravidez – A hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho e, por isso, é importante realizar exames durante a gravidez.

Prevenção

– Não compartilhar agulhas, cortadores de unhas, alicates de cutícula, escovas de dente, ou qualquer material que possa ter tido contato com sangue ou secreção. Esses materiais devem ser de uso individual. Nos serviços de manicure, por exemplo, os itens devem ser de uso pessoal, individual ou com a garantia de que o material foi corretamente esterilizado.
– Usar preservativo nas relações sexuais.
– Se vacinar contra a hepatite B.
– Já a forma de contágio da hepatite A é fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa, ou por meio de água e alimentos contaminados. A higiene das mãos ou na manipulação dos alimentos é a principal forma de prevenção.


Texto: Maria Angela Siqueira
Fonte: www.saude.es.gov.br

quinta-feira, 24 de julho de 2014

AIDS: NÚMERO DE MORTES NO BRASIL É MENOR QUE MÉDIA MUNDIAL

O índice anual de mortes provocadas por HIV/Aids e pela tuberculose no Brasil é menor que a média mundial. A informação faz parte de um estudo publicado pela revista científica The Lancet divulgado durante a 20ª Conferência Internacional sobre Aids, que acontece em Melbourne, na Austrália, e termina nesta sexta-feira (25). Segundo o estudo, as mortes por aids no Brasil tiveram uma redução da taxa anual de 2,3%, entre 2000 e 2013, enquanto o índice mundial, no mesmo período, foi de 1,5%. O Secretário em Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, e diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, participam da Conferência.
Em relação às mortes por tuberculose, a publicação mostra uma queda de 4,5% de casos por ano, desde 2000. A média global, nos últimos 13 anos, foi de 3,7%. No Brasil, em 2013, 5.788 pessoas morreram vítimas da doença. A publicação acredita que os bons resultados brasileiros estejam relacionados à adoção dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2000. A pesquisa foi conduzida por um grupo internacional de cientistas e coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington, nos EUA.
No cálculo dos anos de vida salvos, o Brasil atinge o índice de 0,37 em uma escala que varia de 0,07, para países em pior situação, até 0,49, nos países mais ricos. Entre as razões apontadas para explicar o bom resultado brasileiro está o acesso à terapia antirretroviral, os programas para prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho e o estímulo ao uso de preservativos.
Para o Secretário em Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o envolvimento de todos os atores da sociedade é fundamental neste processo. “Não é possível uma boa resposta à Aids sem a participação efetiva da sociedade. O fim da discriminação e o respeito à diversidade é que nos darão o caminho para combater a epidemia não só no Brasil, mas em todo mundo”, enfatizou.
Segundo os cientistas, o sucesso no combate ao HIV também teve impacto positivo sobre a luta contra a tuberculose. Depois de aumentar globalmente a uma taxa anual de 0,4% entre 1990 e 2000, a incidência global da doença caiu a uma taxa de 1,3% até 2013. Apesar disso, os pesquisadores alertam para o envelhecimento da população no país, o que pode elevar o número de casos e mortes. 
AÇÕES - Para o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, as ações e campanhas desenvolvidas  principalmente junto às populações-chave, contribuíram para o êxito nos números. “Os índices representam o trabalho que realizamos diretamente com o público mais suscetível às doenças, principalmente com a testagem em locais frequentados por estas pessoas”, avaliou.
Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids, do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em 2012, 11.896 pessoas morreram em decorrência da Aids no Brasil (menor índice desde 2008).

Texto: Luciano Demetrius
Fonte: www.portalsaude.saude.gov.br

sábado, 12 de julho de 2014

META DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE FOI SUPERADA

Já foram vacinadas 41,7 milhões de pessoas em todo o Brasil, o que representa 84% do público-alvo. A vacinação continua nos municípios que ainda não atingiram a meta.
Mais de 41,7 milhões de pessoas já se vacinaram contra a influenza neste ano, o que representa uma cobertura de 84%. Com isso, a meta de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde foi superada. A vacina contra a gripe está disponível nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS),  desde o dia 22 de abril, para os integrantes do grupo prioritário ( 49,6 milhões de pessoas).
O público-alvo é formado por crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; gestantes; puérperas (até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional e pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis. As pessoas deste grupo são mais vulneráveis a desenvolver a forma grave da doença.
No dia 8 de maio, o Ministério da Saúde recomendou aos municípios que ainda não haviam alcançado a meta, que continuassem a vacinar até atingir cobertura de 80% no grupo prioritário.
Os estados com as maiores coberturas, até o momento, são Goiás - com 92,6% do público-alvo vacinado - seguido por Santa Catarina (90,32%) e Paraná (90,28%).
O grupo de mulheres pós-parto (puérperas) registrou a maior cobertura vacinal, com 381,7 mil doses aplicadas, o que representa 106,6% deste público. Os grupos das gestantes (75,4%) e das crianças menores de cinco anos (80,6%) apresentam uma menor cobertura.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO – A vacinação contra a gripe é uma importante ação de prevenção da gripe, mas não dispensa medidas básicas de proteção. São cuidados simples, como lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal. A influenza é uma doença muito comum, acometendo milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos, com maior transmissão durante o período do inverno.
A transmissão da gripe acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). Em pessoas dos grupos prioritários, a gripe pode apresentar complicações que levam a quadros graves, com necessidade de hospitalização.
Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. Também é importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente as integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, o médico.
O Ministério da Saúde distribuiu aos estados 53,5 milhões de doses da vacina, que protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no inverno passado (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). A vacina é segura, sendo contraindica para pessoas que têm alergia a ovo. Estudos demonstram que a imunização pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Fonte:
www.portalsaude.saude.gov.br
Texto: Amanda Mendes, Agencia de Saúde - ASCOM/MS

domingo, 6 de julho de 2014

VACINA CONTRA HEPATITE A NO CALENDÁRIO INFANTIL

A partir deste mês de julho, crianças de um a menores de dois anos de idade (um ano, onze meses e 29 dias) passarão a receber uma dose da vacina contra hepatite A. O Ministério da Saúde incluiu a vacina no calendário infantil. Para o Espírito Santo foram enviadas 16.500 doses para a implantação da vacina, que estão sendo distribuídas aos 78 municípios. A expectativa é de que a partir de 14 de julho as unidades de saúde já estejam aptas a começar a imunização.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Danielle Grillo, no Estado, a estimativa é de que neste primeiro ano sejam vacinadas 24.211 crianças nesta faixa etária. Como a vacinação passa a ser de rotina na rede pública, o Estado receberá novas cotas mensais ao longo do ano.

A vacina injetável, intramuscular na coxa, será aplicada, a princípio, em dose única. “Estudos demonstram que mais de 90% das crianças apresentam anticorpos protetores após uma única dose da vacina, mas o Programa Nacional de Imunização irá monitorar a situação epidemiológica da hepatite A para avaliar a inclusão ou não, posteriormente, de uma segunda dose”, explicou Danielle.

A coordenadora destacou que a inclusão da vacina contra a hepatite A no calendário de imunização infantil faz parte de um plano mais abrangente do Ministério da Saúde para prevenção e controle das hepatites virais.

Ela lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece vacina contra a hepatite B. Já para a hepatite A, atualmente, as doses são disponibilizadas em clínicas particulares ou nos centros de referência para imunobiológicos especiais – no ES funciona no Hospital Infantil de Vitória. A vacina é destinada a grupos específicos que tenham indicação (pessoas com doenças do fígado, crianças com HIV/aids, transplantados, portadores de doença no sangue, entre outros).

Prevenção

Danielle Grillo disse que a inclusão da vacina no calendário é uma decisão importante do Ministério, uma vez que a prevenção é o melhor controle da doença.

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que todos os anos 1,4 milhão de casos ocorrem no mundo todo. O Brasil é considerado área de risco para a doença porque pesquisas mostram que mais de 90% da população maior de 20 anos teve algum tipo de exposição ao vírus. No Espírito Santo, 42 pessoas foram notificadas com a doença no ano passado.

“A hepatite A é uma doença benigna na infância e a incidência mais frequente é em populações que vivem em más condições de saneamento básico. A gravidade da doença é dependente da idade. Em crianças menores de cinco anos a hepatite A é assintomática (80 a 95% permanecem assintomáticas), a infecção se resolve naturalmente. Já nos adultos, 70% a 95% das infecções resultam em doença clínica. Por isso é importante criar grupos de crianças vacinadas na infância para proteção delas na idade adulta”, destaca a coordenadora.


Saiba mais

– A hepatite A é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A,
que produz inflamação e necrose do fígado.

– A forma de contágio da hepatite A é fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa, ou por meio de água e alimentos contaminados.

– A hepatite A não tem tratamento específico. A recuperação dos sintomas, após a infecção, pode demorar várias semanas ou meses. A higiene das mãos ou na manipulação dos alimentos é a principal forma de prevenção.

Pode-se contrair hepatite A se:

– Comer ou beber água contaminada por fezes que contenham o vírus da hepatite A (frutas, verduras, frutos do mar, gelo e água são fontes comuns do vírus da hepatite A)
– Mantiver contato com as fezes ou o sangue de uma pessoa que tenha hepatite A
– Uma pessoa contaminada não lavar as mãos adequadamente após ir ao banheiro e tocar outros objetos ou alimentos

– Participar de práticas sexuais que envolvam contato oral-anal


Fonte:
http://www.saude.es.gov.br
Texto: Maria Angela Siqueira

quinta-feira, 3 de julho de 2014

SESA OFERECE TRATAMENTO PARA PACIENTES COM ASMA GRAVE

Asma, uma das principais doenças respiratórias crônicas que levam a internações no País. No Espírito Santo, só no ano passado, 1.688 pessoas foram internadas por causa da doença. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aproveita a oportunidade para lembrar que o Estado oferece tratamento especializado e medicamentos avançados e de alto custo para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que acomete crianças e adultos em todo o mundo. Seus sintomas incluem tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito. Estima-se que 20% da população sofram com a doença que, devido a sua natureza alérgica, é desencadeada por alguns fatores como ácaros, fungos (mofo), pelo de animal, condição climática, cheiro forte, fumaça de cigarro, situação emocional, gripes e resfriados, entre outros.

Quando uma pessoa tem uma crise de asma, os brônquios (tubos que levam o ar para os pulmões) reduzem de diâmetro, dificultando a respiração. Os sintomas geralmente pioram à noite e melhoram com medicamentos como os broncodilatadores. Apesar de não ter cura, 95% dos casos podem ser controlados com a atenção adequada e a pessoa passar anos sem uma crise.

Diferencial

A saúde pública estadual tem avançado nessa questão. O Espírito Santo é um dos quatro estados do país (ao lado de Bahia, Distrito Federal e Pernambuco) que têm protocolo de tratamento de asma grave, que inclui medicamentos de ponta para tratamento da doença disponíveis para a população de um modo geral, por meio do Programa Estadual de Asma Grave, que funciona no CRE Metropolitano e das Farmácias Cidadãs Estaduais.

“Este é um diferencial importante no Espírito Santo, porque aumenta o acesso da população ao tratamento e reduz o risco de internações, idas à emergência e eventuais faltas ao trabalho e à escola”, observa a alergista da Sesa Faradiba Sarquis Serpa, que coordena o Ambulatório de Asma de Difícil Controle, na Santa Casa de Misericórdia de Vitória, instituição de referência do Programa Estadual para terapia Anti-IgE (forma de tratamento de doenças alérgicas). A IgE ou imunoglobulina E é o anticorpo responsável pela reação alérgica.

Para o ambulatório da Santa Casa são encaminhados aqueles pacientes que não tiveram boa resposta ao tratamento convencional. “A asma é uma doença de tratamento prolongado. O tratamento envolve cinco etapas que inclui doses crescentes de medicamentos e associação de drogas. Se o paciente chega à etapa quatro e os sintomas permanecem, é considerado como tendo asma de difícil controle e referenciado para o Ambulatório para investigação mais detalhada e avaliação da indicação de uso de terapia Anti-IgE”, explica a médica.

Atualmente 643 pacientes estão em acompanhamento no Ambulatório de Asma de Dífícil Controle e, desses, 32 fazem uso da medicação injetável Omalizumabe, que bloqueia os anticorpos da alergia, a IgE. “É um tratamento longo e de alto custo. Há pessoas que usam há sete anos essa medicação, com aplicação mensal ou quinzenal. Cada frasco custa R$ 1.285,81. A medicação, apesar de não ser padronizada pelo Ministério da Saúde, é ofertada pela Sesa para atender pacientes que precisam de assistência diferenciada”, ressalta Faradiba.

Saiba mais
Programa Estadual de Asma Grave
Os pacientes que sofrem da doença, que se caracteriza por falta de ar, acompanhado de chiado e pressão no peito, podem buscar tratamento no programa, onde são oferecidos: avaliação, acompanhamento por equipe multidisciplinar, realização de exames e acesso a medicamentos.

Agendamento
O paciente deve ser diagnosticado como portador de asma grave e comparecer à sede do Programa de Asma Grave portando encaminhamento médico ao Programa e laudo de espirometria recente.

Serviço
Funciona no CRE Metropolitano
Endereço: Rod. BR 262, Jardim América, Cariacica
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª, das 07 às 17 horas
Contato: (27) 3636-2676 / 3636-2684


Medicamentos para tratamento de asma grave disponíveis nas Farmácias Cidadãs Estaduais:

- Budesonida 200 mcg e 400 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 12 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 6 mcg + budesonida 200 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 6 mcg + budesonida 400 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 12 mcg + budesonida 400 mcg cápsula e pó inalante
- Salmeterol 50 mcg pó inalante ou aerossol bucal

OBS: Esses remédios são do grupo dois da relação de medicamentos da Portaria nº 1.554 de 30 de julho de 2013, sendo o custeio de responsabilidade estadual. Atualmente, mais de 6 mil pacientes no Estado retiram esses medicamentos em uma das unidades das Farmácias Cidadãs Estaduais.

Já o Omalizumabe – não incluído na Portaria – foi padronizado pelo Estado para atender os casos mais graves e que não respondem aos tratamentos convencionais. Ele é aplicado na Santa Casa sob supervisão dos médicos do serviço de referência. O custo de cada frasco é de R$ 1.285,81.

Dicas para evitar as crises

- Evite livros, papéis, bichos de pelúcia ou outros objetos que acumulem poeira no quarto;
- Retire tapetes e carpetes e troque as cortinas de pano por persianas de material plástico, PVC ou similar, para facilitar a limpeza. É impossível manter um tapete ou carpete livre de ácaros e mofo, assim como é inviável retirar cortinas semanalmente para lavagem. Melhor não tê-los;
- O piso de toda a casa deve ser liso, e utilize pano úmido diariamente na limpeza. Evite vassoura e espanador, pois “levantam a poeira”;
- Use colchão e travesseiro de espuma, forrados com capas impermeáveis fechadas (napa, curvim, PVC ou similar), que também deverão ser limpas regularmente com pano úmido.
- Troque a roupa de cama uma a duas vezes por semana e lave os casacos antes dos meses frios (se possível com água quente);
- Não tenha animais com pelos e evite contato com eles. Se você já tem, intensifique sua higiene (banho semanal) e não permita que ele frequente o quarto e os móveis estofados;
- Não fume e procure evitar que fumem perto de você;
- Pratique atividades aeróbicas ao ar livre, de acordo com sua idade e capacidade física. Além dos benefícios psicossociais e físicos do exercício aeróbico, quanto menos tempo em ambientes fechados, menor o contato com substâncias que causam alergia.


Fonte:
www.saude.es.gov.br/
Texto: Maria Angela Siqueira

segunda-feira, 30 de junho de 2014

DOSE TRIPLA COMBINADA PARA PACIENTES COM AIDS/HIV

O Ministério da Saúde iniciou a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos medicamentos Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg). Atualmente, esses fármacos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e consumidos, separadamente, pelos pacientes com portadores de HIV e aids. O novo tratamento será ofertado, em um primeiro momento, para dois estados que possuem as maiores taxas de detecção. A dose fixa combinada será disponibilizada gradativamente aos demais estados do país.
O principal ganho com o novo medicamento antirretroviral está na redução do número de pacientes que deixam de dar continuidade ao tratamento. Isso porque a disponibilidade das três composições em um único comprimido facilita a ingestão permitindo boa adesão ao tratamento e durabilidade do esquema terapêutico.
Essa combinação de medicamentos integra o Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids do Ministério da Saúde, publicado em dezembro de 2013, e será disponibilizado como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Considerado um importante avanço, o Brasil passa a garantir o tratamento três em um, a exemplo de países como Estados Unidos, China e África.
A partir de agora, pacientes destes dois estados passam a tomar, em dose única, os medicamentos: Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg). O tratamento será disponibilizado, inicialmente, para pessoas que sejam identificadas como soropositivo a partir da data de publicação do anúncio do Ministério da Saúde (27 de junho de 2014). Estima-se que cerca de 11 mil pacientes devam ser atendidos nos dois primeiros estados. Os medicamentos já estão disponíveis nos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas. A medida se estenderá gradativamente aos demais estados do país e a todos os pacientes soropositivos.
Cenário - De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV-Aids, em 2012 o Rio Grande do Sul apresentou a maior taxa de detecção do país, com 41,4 casos por 100 mil habitantes, e o Amazonas 29,2. A taxa de detecção do Brasil é de 20,2 registros da doença.

Em dezembro de 2013, o Ministério da Saúde passou a garantir a todos os adultos com testes positivos de HIV, mesmo que não apresentem comprometimento do sistema imunológico, o acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a aids pelo SUS. A medida também integra o novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids.
Desde o início da oferta do antirretroviral no SUS, há 17 anos, 313 mil pessoas foram incluídas no tratamento. Com o novo protocolo, o Ministério da Saúde passou a disponibilizar os medicamentos a mais 100 mil pessoas, apenas em 2014. Isso significa um aumento de 32% no número de pacientes vivendo com HIV com acesso ao antirretroviral.
A rede de assistência conta hoje com 518 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 724 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM). Gradualmente, as Unidades Básicas de Saúde estão sendo incorporadas na atenção aos pacientes vivendo com aids e HIV. 

Fonte: portalsaude.saude.gov.br

sábado, 31 de maio de 2014

DIA MUNDIAL SEM TABACO - LEI ANTIFUMO

Novas regras proíbem fumo em locais fechados e de uso coletivo em todo território nacional, extingue os fumódromos e veta toda e qualquer propaganda comercial. No Brasil, 200 mil pessoas morrem por ano por conta do tabaco
No Dia Mundial Sem Tabaco, o Ministério da Saúde anuncia a regulamentação da Lei Antifumo por meio de decreto da presidenta da República, Dilma Rousseff, que estabelece ambientes fechados de uso coletivo 100% livres de tabaco. O objetivo é proteger a população do fumo passivo e contribuir para diminuição do tabagismo entre os brasileiros. A norma entrará em vigor 180 dias após a publicação do decreto no Diário Oficial da União, previsto para próxima segunda-feira, dia 2 de junho.

Confira dados do impacto do tabagismo na saúde
De acordo com a nova regra, está proibido o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, como hall e corredores de condomínio, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Os narguilés também estão vetados. 
A norma também extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros até mesmo nos pontos de venda, permitindo somente a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os malefícios provocados pelo fumo. A legislação anterior permitia as propagandas no display.  
“A regulamentação da lei é um grande avanço para o Brasil. É fundamental para que o país possa continuar enfrentando o tabagismo como um grave problema de saúde pública e um desafio para que toda a sociedade possa viver de forma mais saudável. A regulamentação é um compromisso com a saúde do povo brasileiro”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Chioro também relatou que o Brasil, desde a criação do SUS, vem progressivamente avançando na regulamentação do fumo no Brasil. “Estamos desenvolvendo um conjunto de medidas que buscam a diminuição do impacto do tabaco na vida das pessoas com a associação de três medidas. A primeira delas é o aumento do preço a partir a edição de lei em 2011, que já é um consenso internacional, a proibição da propaganda e o impedimento do fumo em locais coletivos fechados”, disse o ministro.
Outra obrigatoriedade prevista é o aumento dos espaços para os avisos sobre os danos causados pelo tabaco, que deverão aparecer em 100% da face posterior das embalagens e de uma de suas laterais. A partir de 2016, deverá ser incluído ainda texto de advertência adicional em 30% da parte frontal dos maços dos cigarros.
A lei não restringe o uso do cigarro em vias públicas, nas residências ou em áreas ao ar livre. No caso de bares e restaurantes, em mesas na calçada, o cigarro será permitido, desde que a área seja aberta e haja algum tipo de barreira, como janelas fechadas ou parede, que impeça a fumaça de entrar no estabelecimento.
Os fumantes não serão alvo de fiscalização. São os estabelecimentos comerciais os responsáveis por garantir o ambiente livre do tabaco. Eles precisam orientar seus clientes sobre a lei e pedir para que não fumem, podendo chamar a polícia quando o cliente se recusar a apagar o cigarro.
Em casos de desrespeito à lei, o estabelecimento pode receber advertência, multa, ser interditado e ter a autorização cancelada para funcionamento, com o alvará de licenciamento suspenso. As multas variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, dependendo da natureza da infração, que pode ser leve, grave ou gravíssima, ou de reincidências. As vigilâncias sanitárias dos estados e municípios ficarão encarregadas de fiscalizar o cumprimento da legislação.
PREVALÊNCIA - No Brasil, o número de fumantes permanece em queda. Segundo o Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o percentual caiu 28% nos últimos oito anos. Em 2006, 15,7% da população adulta que vive nas capitais fumava. Em 2013, a prevalência caiu para 11,3%. O dado é três vezes menor que o índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 9% até 2022.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, destacou que o grande esforço é impedir a iniciação do cigarro. “Temos na média 11,3% de prevalência de tabagismo, em comparação com outros países temos uma das mais baixas. Por isso, a cada ano começamos com o desafio de manter uma política consistente para que não tenhamos dados que retrocedam. E quando a pessoa para de fumar, o benefício sobre a redução do risco cardiovascular é quase imediato”, afirmou.
O Sistema Único de Saúde oferece tratamento para quem deseja parar de fumar. Atualmente, há 23.387 equipes da família, em 4.375 municípios, preparadas para atender a população. Além do acompanhamento profissional, são oferecidos medicamentos, como adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o antidepressivo bupropiona. O Ministério da Saúde destinou R$ 41 milhões para compra desses medicamentos, ofertado no tratamento contra o tabagismo.
Responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil, o tabagismo é reconhecido, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma doença epidêmica. A dependência da nicotina expõe os fumantes continuamente a mais de quatro mil substâncias tóxicas, fator de risco para aproximadamente 50 doenças, principalmente as respiratórias e cardiovasculares, além de vários tipos de câncer.
Os cânceres de pulmão e laringe são os que mais matam e representam 12,3% dos tipos de câncer no Brasil. Em 2012, o país registrou 23.501 óbitos de câncer de pulmão e 4.339 de laringe. Para 2014, estima-se o surgimento de 27,3 mil novos casos de câncer de pulmão e 6.870 de laringe.
Onde não pode fumar (ambientes de uso coletivo):
X Interior de bares, boates, restaurantes, lanchonetes, escolas, universidades, museus, bibliotecas, espaços de exposições, áreas comuns de condomínios, casas de espetáculo, teatros, cinemas, hotéis, pousadas, casas de shows, açougues, padarias, farmácias e drogarias, supermercados, shoppings, praças de alimentação, centros comerciais, bancos e similares, em ambientes de trabalho, estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esporte ou entretenimento, repartições públicas, instituições de saúde, hospitais, veículos públicos ou privados de transporte coletivo, viaturas oficiais e táxis.
Onde pode fumar:
 Em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, estádios de futebol (somente em áreas abertas), vias públicas, nas tabacarias e em cultos religiosos, caso isso faça parte do ritual, em estúdios e locais de filmagem quando necessário à produção da obra, em locais destinados à pesquisa e desenvolvimento de produtos fumígenos, e em instituições de tratamento de saúde que tenham pacientes autorizados a fumar pelo médico que os assista. Nesses casos, é necessário adotar condições de isolamento, ventilação e exaustão do ar, bem como outras medidas de proteção dos trabalhadores ao fumo.

ANTES DA REGULAMENTAÇÃO
DEPOIS DA REGULAMENTAÇÃO
Não havia definição sobre o que poderia ser considerado local coletivo fechado, onde é proibido fumar.
O fumo é proibido em locais fechados de uso coletivo, mesmo que total ou parcialmente fechado em qualquer de seus lados, por uma parede, divisória, teto, toldo ou telhado.
Permitia áreas para fumantes ou fumódromos em ambientes fechados, públicos ou privados.
O fumo, em qualquer circunstância, está proibido em local coletivo fechado, abolindo áreas para fumantes ou fumódromos.
Não estabelecia condições para comercialização.
Os produtos devem ficar   expostos no interior do estabelecimento comercial e 20% do mostruário visível   ao público devem ser ocupados por mensagens de advertências sobre os males do fumo, a proibição   da venda a menores de 18 anos, e a   tabela de preços.
Eram permitidas propagandas comerciais de produtos fumígenos no display.
Fica proibida a propaganda comercial de produtos fumígenos em todo o território nacional. Será permitido apenas a exposição dos produtos nos locais de vendas.
Não fazia referência a   situações de exceção com relação a cultos religiosos, locais de venda, em   tratamentos de saúde, produções artísticas e pesquisa.
O fumo em   lugares fechados é permitido em cinco situações, desde que adotadas condições   de isolamento, ventilação e exaustão do ar,   além de medidas de proteção ao trabalhador exposto:
-  Em cultos religiosos caso faça parte do ritual;
-  Em tabacarias sinalizadas;
-  Em estúdios e locais de filmagem quando necessário à produção da obra;  

- Em locais destinados à pesquisa e desenvolvimento de produtos   fumígenos;
- Instituições de tratamento de saúde que tenham pacientes autorizados a fumar pelo médico que os assista.
Estabelecia que as embalagens deveriam conter advertências, especificando como local uma das laterais dos maços, carteiras ou pacotes.
As   embalagens devem ter mensagens de advertência em 100% da face posterior das   embalagens e de uma de suas laterais. E a partir de 2016, será incluído texto   de advertência adicional sobre os malefícios do fumo em 30% da parte frontal   das embalagens.

Por Amanda Costa e Fabiane Schmidt, da Agência Saúde

Fonte: portalsaude.saude.gov.br