Asma, uma das principais doenças respiratórias crônicas que
levam a internações no País. No Espírito Santo, só no ano passado, 1.688
pessoas foram internadas por causa da doença. A Secretaria de Estado da Saúde
(Sesa) aproveita a oportunidade para lembrar que o Estado oferece tratamento
especializado e medicamentos avançados e de alto custo para controlar a doença
e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que
acomete crianças e adultos em todo o mundo. Seus sintomas incluem tosse, falta
de ar, chiado e aperto no peito. Estima-se que 20% da população sofram com a
doença que, devido a sua natureza alérgica, é desencadeada por alguns fatores
como ácaros, fungos (mofo), pelo de animal, condição climática, cheiro forte,
fumaça de cigarro, situação emocional, gripes e resfriados, entre outros.
Quando uma pessoa tem uma crise de asma, os brônquios (tubos
que levam o ar para os pulmões) reduzem de diâmetro, dificultando a respiração.
Os sintomas geralmente pioram à noite e melhoram com medicamentos como os
broncodilatadores. Apesar de não ter cura, 95% dos casos podem ser controlados
com a atenção adequada e a pessoa passar anos sem uma crise.
Diferencial
A saúde pública estadual tem avançado nessa questão. O
Espírito Santo é um dos quatro estados do país (ao lado de Bahia, Distrito
Federal e Pernambuco) que têm protocolo de tratamento de asma grave, que inclui
medicamentos de ponta para tratamento da doença disponíveis para a população de
um modo geral, por meio do Programa Estadual de Asma Grave, que funciona no CRE
Metropolitano e das Farmácias Cidadãs Estaduais.
“Este é um diferencial importante no Espírito Santo, porque
aumenta o acesso da população ao tratamento e reduz o risco de internações,
idas à emergência e eventuais faltas ao trabalho e à escola”, observa a
alergista da Sesa Faradiba Sarquis Serpa, que coordena o Ambulatório de Asma de
Difícil Controle, na Santa Casa de Misericórdia de Vitória, instituição de
referência do Programa Estadual para terapia Anti-IgE (forma de tratamento de
doenças alérgicas). A IgE ou imunoglobulina E é o anticorpo responsável pela
reação alérgica.
Para o ambulatório da Santa Casa são encaminhados aqueles
pacientes que não tiveram boa resposta ao tratamento convencional. “A asma é
uma doença de tratamento prolongado. O tratamento envolve cinco etapas que
inclui doses crescentes de medicamentos e associação de drogas. Se o paciente
chega à etapa quatro e os sintomas permanecem, é considerado como tendo asma de
difícil controle e referenciado para o Ambulatório para investigação mais
detalhada e avaliação da indicação de uso de terapia Anti-IgE”, explica a
médica.
Atualmente 643 pacientes estão em acompanhamento no Ambulatório
de Asma de Dífícil Controle e, desses, 32 fazem uso da medicação injetável
Omalizumabe, que bloqueia os anticorpos da alergia, a IgE. “É um tratamento
longo e de alto custo. Há pessoas que usam há sete anos essa medicação, com
aplicação mensal ou quinzenal. Cada frasco custa R$ 1.285,81. A medicação,
apesar de não ser padronizada pelo Ministério da Saúde, é ofertada pela Sesa
para atender pacientes que precisam de assistência diferenciada”, ressalta
Faradiba.
Saiba mais
Programa Estadual de Asma Grave
Os pacientes que sofrem da doença, que se caracteriza por
falta de ar, acompanhado de chiado e pressão no peito, podem buscar tratamento
no programa, onde são oferecidos: avaliação, acompanhamento por equipe
multidisciplinar, realização de exames e acesso a medicamentos.
Agendamento
O paciente deve ser diagnosticado como portador de asma
grave e comparecer à sede do Programa de Asma Grave portando encaminhamento
médico ao Programa e laudo de espirometria recente.
Serviço
Funciona no CRE Metropolitano
Endereço: Rod. BR 262, Jardim América, Cariacica
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª, das 07 às 17 horas
Contato: (27) 3636-2676 / 3636-2684
Medicamentos para tratamento de asma grave disponíveis nas
Farmácias Cidadãs Estaduais:
- Budesonida 200 mcg e 400 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 12 mcg cápsula e pó inalante
- Formoterol 6 mcg + budesonida 200 mcg cápsula e pó
inalante
- Formoterol 6 mcg + budesonida 400 mcg cápsula e pó
inalante
- Formoterol 12 mcg + budesonida 400 mcg cápsula e pó
inalante
- Salmeterol 50 mcg pó inalante ou aerossol bucal
OBS: Esses remédios são do grupo dois da relação de
medicamentos da Portaria nº 1.554 de 30 de julho de 2013, sendo o custeio de
responsabilidade estadual. Atualmente, mais de 6 mil pacientes no Estado
retiram esses medicamentos em uma das unidades das Farmácias Cidadãs Estaduais.
Já o Omalizumabe – não incluído na Portaria – foi
padronizado pelo Estado para atender os casos mais graves e que não respondem
aos tratamentos convencionais. Ele é aplicado na Santa Casa sob supervisão dos
médicos do serviço de referência. O custo de cada frasco é de R$ 1.285,81.
Dicas para evitar as crises
- Evite livros, papéis, bichos de pelúcia ou outros objetos
que acumulem poeira no quarto;
- Retire tapetes e carpetes e troque as cortinas de pano por
persianas de material plástico, PVC ou similar, para facilitar a limpeza. É
impossível manter um tapete ou carpete livre de ácaros e mofo, assim como é
inviável retirar cortinas semanalmente para lavagem. Melhor não tê-los;
- O piso de toda a casa deve ser liso, e utilize pano úmido
diariamente na limpeza. Evite vassoura e espanador, pois “levantam a poeira”;
- Use colchão e travesseiro de espuma, forrados com capas
impermeáveis fechadas (napa, curvim, PVC ou similar), que também deverão ser
limpas regularmente com pano úmido.
- Troque a roupa de cama uma a duas vezes por semana e lave
os casacos antes dos meses frios (se possível com água quente);
- Não tenha animais com pelos e evite contato com eles. Se
você já tem, intensifique sua higiene (banho semanal) e não permita que ele
frequente o quarto e os móveis estofados;
- Não fume e procure evitar que fumem perto de você;
- Pratique atividades aeróbicas ao ar livre, de acordo com
sua idade e capacidade física. Além dos benefícios psicossociais e físicos do
exercício aeróbico, quanto menos tempo em ambientes fechados, menor o contato
com substâncias que causam alergia.
www.saude.es.gov.br/
Texto: Maria Angela Siqueira
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