A partir deste mês de julho, crianças de um a menores de
dois anos de idade (um ano, onze meses e 29 dias) passarão a receber uma dose
da vacina contra hepatite A. O Ministério da Saúde incluiu a vacina no
calendário infantil. Para o Espírito Santo foram enviadas 16.500 doses para a
implantação da vacina, que estão sendo distribuídas aos 78 municípios. A
expectativa é de que a partir de 14 de julho as unidades de saúde já estejam
aptas a começar a imunização.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da
Secretaria de Estado da Saúde, Danielle Grillo, no Estado, a estimativa é de
que neste primeiro ano sejam vacinadas 24.211 crianças nesta faixa etária. Como
a vacinação passa a ser de rotina na rede pública, o Estado receberá novas
cotas mensais ao longo do ano.
A vacina injetável, intramuscular na coxa, será aplicada, a
princípio, em dose única. “Estudos demonstram que mais de 90% das crianças
apresentam anticorpos protetores após uma única dose da vacina, mas o Programa
Nacional de Imunização irá monitorar a situação epidemiológica da hepatite A
para avaliar a inclusão ou não, posteriormente, de uma segunda dose”, explicou
Danielle.
A coordenadora destacou que a inclusão da vacina contra a
hepatite A no calendário de imunização infantil faz parte de um plano mais
abrangente do Ministério da Saúde para prevenção e controle das hepatites
virais.
Ela lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece
vacina contra a hepatite B. Já para a hepatite A, atualmente, as doses são
disponibilizadas em clínicas particulares ou nos centros de referência para
imunobiológicos especiais – no ES funciona no Hospital Infantil de Vitória. A
vacina é destinada a grupos específicos que tenham indicação (pessoas com
doenças do fígado, crianças com HIV/aids, transplantados, portadores de doença
no sangue, entre outros).
Prevenção
Danielle Grillo disse que a inclusão da vacina no calendário
é uma decisão importante do Ministério, uma vez que a prevenção é o melhor
controle da doença.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que todos os
anos 1,4 milhão de casos ocorrem no mundo todo. O Brasil é considerado área de
risco para a doença porque pesquisas mostram que mais de 90% da população maior
de 20 anos teve algum tipo de exposição ao vírus. No Espírito Santo, 42 pessoas
foram notificadas com a doença no ano passado.
“A hepatite A é uma doença benigna na infância e a
incidência mais frequente é em populações que vivem em más condições de
saneamento básico. A gravidade da doença é dependente da idade. Em crianças
menores de cinco anos a hepatite A é assintomática (80 a 95% permanecem
assintomáticas), a infecção se resolve naturalmente. Já nos adultos, 70% a 95%
das infecções resultam em doença clínica. Por isso é importante criar grupos de
crianças vacinadas na infância para proteção delas na idade adulta”, destaca a
coordenadora.
Saiba mais
– A hepatite A é uma doença infecciosa aguda, causada pelo
vírus da hepatite A,
que produz inflamação e necrose do fígado.
– A forma de contágio da hepatite A é fecal-oral, por
contato de pessoa a pessoa, ou por meio de água e alimentos contaminados.
– A hepatite A não tem tratamento específico. A recuperação
dos sintomas, após a infecção, pode demorar várias semanas ou meses. A higiene
das mãos ou na manipulação dos alimentos é a principal forma de prevenção.
Pode-se contrair hepatite A se:
– Comer ou beber água contaminada por fezes que contenham o
vírus da hepatite A (frutas, verduras, frutos do mar, gelo e água são fontes
comuns do vírus da hepatite A)
– Mantiver contato com as fezes ou o sangue de uma pessoa
que tenha hepatite A
– Uma pessoa contaminada não lavar as mãos adequadamente
após ir ao banheiro e tocar outros objetos ou alimentos
– Participar de práticas sexuais que envolvam contato
oral-anal
Fonte:
http://www.saude.es.gov.br
Texto: Maria Angela Siqueira
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